Síndrome Alimentar Noturna

A Síndrome Alimentar Noturna(SAN) , foi descrita pela primeira vez na década de 50 e é caracterizada por um aumento da ingestão alimentar após as 19h, concentrando um total do percentual diário ingerido após este horário em algo em torno de 50%. E para isso, há episódios de hiperfagia entre o horário do jantar e o início do sono e/ou episódios de ingestão alimentar durante despertares do sono com consciência total para as escolhas dos alimentos. Não há associação com sonambulismo, pois a pessoa está consciente do que está fazendo. O indivíduo desperta de manhã sem fome e queixa-se de um sono não reparador, apresentando sintomas como fadiga, sonolência, dor de cabeça, irritabilidade, oscilação do humor, atenção , concentração e rendimento profissional prejudicados.
Além disso, pela ingestão alimentar aumentada em uma hora inapropriada, ocorre ganho de peso e as conseqüências associadas como: hipertensão arterial, diabetes e aumento da gordura no sangue. E a maior conseqüência é o sofrimento psíquico que caracteriza-se por tristeza e angústia, por não conseguir manter um bom padrão de sono e não conseguir evitar os episódios de lanches noturnos.
A prevalência dessa síndrome está em 1,5% da população geral, podendo atingir 8% na população de obesos. A prevalência aumenta quanto maior o grau de obesidade, chegando a atingir até 27% entre obesos de grau III. As mulheres são mais afetadas na proporção de 2:1, e a idade média do início dos sintomas está entre 20 e 30 anos.
A relação entre sono e apetite sugere que uma atenção especial deve -se ao hipotálamo.Um papel de importância é dado à dopamina em razão de seus efeitos sobre a liberação do nucleus acumbens(NAC) – região do cérebro que é ativada por estímulos motivacionais (ingestão alimentar) que induzem e fortalecem um efeito em busca de recompensa. Mesmo pequenas quantidades de comida podem aumentar a liberação de dopamina no NAC, facilitando que se atinjam os efeitos de gratificação e desenvolva-se em alguns indivíduos uma excessiva motivação direcionada para o consumo alimentar. Um estudo de avaliação neuroendócrina demonstrou alterações no ritmo circadiano de liberação de melatonina(indutor de sono), leptina(promotor de saciedade) e cortisol( envolvido na resposta ao estresse) em pacientes com comportamento alimentar noturno. Os níveis noturnos de melatonina e leptina estavam abaixo do esperado e os níveis de cortisol elevados. Esta alterações podem justificar o desejo por alimentos hipercalóricos.
Dessa forma o tratamento medicamentoso dessa síndrome é imprescindível, de forma a tentar evitar conseqüências danosas à saúde como a obesidade.

Dra. Márcia Alexandra Martins CRM 3625 – MS
Especialista pela Sociedade Brasileira de Psiquiatria
Especialista pela Sociedade Brasileira de Nutrologia

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