Aspectos Psiquiátricos do Sobrepeso e da Obesidade

O sobrepeso e a obesidade, por suas características e etiologia multifatorial, são condições que têm garantido atenção e estudos de diversas áreas de especialidades médicas, particularmente a da Psiquiatria. Os problemas emocionais correlacionados são geralmente relatados como consequências da obesidade, mas verificamos que os conflitos e problemas psicológicos em geral precedem o desenvolvimento do sobrepeso e /ou da obesidade. A depressão e a ansiedade são sintomas comuns e podem ser disparadores de síndromes como: Síndrome do Comer Noturno e/ou Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica, que contribuem para o ganho de peso. Como estes sintomas podem começar devagar, o paciente não considera como doença e sim, às vezes, o associa como “recompensa”; por exemplo: “Tive um dia tão difícil, logo mereço comer tal guloseima ou comer um pouco mais…”. E ainda, com a chegada dos sintomas depressivos, o paciente vai perdendo a vontade que tinha de fazer caminhada, ou de ir à academia, o que agrava o ganho de peso.

Com o ganho de peso, inicia um quadro de baixa autoestima, caracterizada pelo aumento da depressão, onde indivíduos com sobrepeso ou obesidade desenvolvem sistemas de crenças que determinam sentimentos e comportamentos desencadeados por pensamentos como, por exemplo, a crença de que ser magro é fundamental para a solução de problemas da vida e que, portanto, pessoas obesas seriam infelizes e malsucedidas. Tal sistema de crenças leva ainda o paciente a perpetuar o ciclo de descontrole alimentar, sendo, por exemplo, o pensamento de que “Já que comi além do que devia, perdi o controle”, e a sensação é de que perdeu o controle para sempre, e sendo que “tudo está perdido, posso me fartar”.

Os sintomas depressivos relacionados com o ganho de peso pioram com o tempo, tendo em vista que a cultura ocidental enfatiza mais a boa forma e a imagem corporal, o que facilita a identificação de incômodos com o excesso de peso, independente dos graus de obesidade. Nossos padrões culturais fazem com que até indivíduos com peso dentro dos padrões de normalidade possam sentir-se com peso acima do desejado.

Há diversas formas de conceituar e classificar a obesidade, sendo que a definição primária é a de “acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo” (Nunes, 1998). A grande dificuldade deste conceito básico é como medir esse tecido adiposo e como estabelecer o limiar a partir do qual um indivíduo será rotulado como obeso. Criou-se então, o Índice de Massa Corporal (IMC), método mais utilizado atualmente e que define que a obesidade seria classificada a partir de um IMC superior a 30 kg/m2. Indivíduos com IMC entre 25 a 30 seriam classificados como Sobrepeso.

Sem dúvida, a prevenção do ganho de peso que impeça que o indivíduo seja caracterizado como Sobrepeso e/ou como Obeso seria o ideal; e sabendo que existem condições psiquiátricas que desencadeiam um descontrole alimentar, é imprescindível uma avaliação do estado emocional do paciente logo que este perceba que está realmente comendo a mais do que de costume e que não consegue se controlar.

Uma vez que o indivíduo já esteja caracterizado com Sobrepeso ou com Obesidade, a avaliação psiquiátrica também é de suma importância para tratar os sintomas depressivos que deixam o paciente com a “sensação de menos valia”, fazendo dessa forma o paciente voltar a ter vontade e iniciativa de mudar seus hábitos alimentares e voltar a praticar atividade física. O tratamento dos sintomas ansiosos é fundamental para que o paciente volte a ter controle sobre a quantidade de alimentos consumidos, uma vez que a compulsão alimentar pode ter explicação apenas na dificuldade que o paciente apresenta em produzir neurotransmissores como serotonina e dopamina, que podem ser corrigidos com medicações apropriadas e associações com substancias precursoras e ou optimizadoras, que podem inclusive serem encontradas em alguns alimentos.

Dra Márcia Alexandra Martins CRM MS 3625

Titulo de Especialista em Nutrologia pela ABRAN/ RQE 2939

Titulo de Especialista em Psiquiatria pela ABP/ RQE 2208

Pós Graduação Lato Sensu com Especialização Profissional em Medicina Bioquímica e Prática Ortomolecular pela FAPES

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